terça-feira, 6 de maio de 2014

O que perdemos...


Tenho dias que não consigo deixar de pensar no que vamos perdendo ao longo da vida....claro que novas coisas vão entrando e as outras ficam apenas nas lembranças.
Desde pequenos que nos acostumamos a desenvolver sentimentos de posse em relação a coisas, pessoas, animais e situações do quotidiano.
São o passar de escola em escola que nos faz ir conhecendo novas pessoas, novas vivências e onde aprendemos o que é a lei da sobrevivência na nossa "selva urbana".
A minha filha vai deixar este ano o infantário para iniciar a escola primária. Revejo os sentimentos dela nos meus. Quase todos os dias lamenta os amigos que vai deixar para trás porque ainda não têm idade para a acompanhar na nova aventura. Digo-lhe que vai encontrar novas amizades e que se vai divertir muito...mas consigo percebê-la perfeitamente....porque é que todas as pessoas que vamos conhecendo não podem ficar junto de nós?! É claro que as novas vivências que somos obrigados a encarar, trazem-nos novas pessoas para os partilhar...pessoas que estão mais integradas nessa realidade!! Seja em novas escolas, novos empregos ou até mesmo em novos países, existem pessoas que estão destinadas a partilhar a realidade do momento...
Felizmente há algumas excepções, e nem todos, apesar das experiências diferentes, seguem outros rumos!!! O dia a dia é diferente...o trabalho é diferente...os carros...os clubes...as comidas...quase tudo...menos o convívio e a amizade, esses permanecem apesar de tudo. Podem ser convívios pouco regulares mas todos compreendemos as dificuldades de cada um. Todos compreendemos quando um não está bem e tentamos ajudar da melhor maneira sem impor regras e sem criticas. Todos compreendemos quando algum de nós está sedento de um encontro e tentamos dar o nosso melhor, apesar do tempo ser apertado. Todos compreendemos quando um de nós faz disparates e até tentamos brincar com as situações. Todos compreendemos quando falamos uns dos outros, assim estamos sempre todos presentes. Todos compreendemos que todos têm defeitos, mas que acima de tudo não se perca o respeito.
De todas as casas que vamos passando ao longo da vida...dos carros que vamos mudando...as pessoas são as que deixam uma marca mais vincada....seja para o bem ou para o mal...
Eu pessoalmente não me considero uma pessoa que guarda rancor, e quem me conhece bem, sabe que é verdade...que quando me dou com alguém é para a vida, que abro logo a porta da minha casa...mas nem sempre há afinidades e só tenho que agradecer aos que vão ficando...aos que me continuam a ouvir, a dar-me carinho...o que eu tento retribuir da melhor maneira...
Não sou perfeita, mas se há uma coisa que gosto de fazer ao longo da vida, é achar explicações para certas situações...talvez seja um defeito....mas por vezes as teorias são tão diferentes que não há volta a dar!!!


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mercado de trabalho...Ser Normal??



Já tive contacto com 3 realidades diferentes do mercado de trabalho...e começo a pensar quem são as pessoas e os comportamentos normais.
No mercado de trabalho em Portugal encontramos um pouco de tudo. Os que se esforçam, os que dão o mínimo do exigido, e os que estão pouco ralados para o posto de trabalho!!!
Já tive a sorte de trabalhar para empresas privadas e para o Estado, sem nunca ter sido funcionária pública. Chamo-lhe sorte, pois só assim posso fazer comparações na maneira de estar em cada um. Não é novidade nenhuma quando digo que achei as pessoas que trabalham para o Estado muito mais "relaxadas" no dia a dia, o famoso Job for life. Claro que há excepções e não quero ferir susceptibilidades. No privado tive a sorte de encontrar patrões exigentes e colegas trapaceiros, vingativos e de poucos escrúpulos...foi a minha escola de vida....foi onde aprendi que há pessoas más e que tenho de me defender...tive de crescer...tive de aprender a trabalhar e a defender os meus princípios!!
Outras das realidades que assisti foi em França, mais propriamente em Toulouse. Empresa Portuguesa com funcionários franceses, e alguns portugueses (maioritariamente filhos de emigrantes portugueses). Aqui só se fala em Sindicatos....e Sindicatos...e por fim os Sindicatos!! Antes dos deveres vêm sempre os direitos que me pareceram extremamente exagerados. Havia um funcionário que era o representante dos restantes no Sindicato, e que só por isso não trabalhava um dia por semana. Tudo era assédio...tudo era perseguição...os funcionários sabiam do muito poder dos sindicatos e acabavam por usá-lo em exagero para benefício próprio (o género dos portugueses a pedirem o livro de reclamação). Alguns funcionários tinham regalias como carro da empresa, telemóvel, casa,..., mas caso houvesse uma prova de mau uso desses benefícios, dificilmente a entidade patronal conseguia fazer alguma coisa, porque estava a perseguir o funcionário com acusações caluniosas.... as mães não trabalhavam uma tarde por semana porque tinham de brincar com os filhos. Não acho descabida esta medida, mas será que o objectivo era cumprido??? Duvido!!!
A última realidade, assisto de camarote. Não me encontro a trabalhar em Marrocos, mas como observadora que sou, consigo tirar as minhas conclusões acerca da maneira de eles estarem nos seus postos de trabalho. Pelo que vi na Internet a taxa de desemprego em Marrocos é por volta dos 10% mas a sensação que tenho, é que caso se perca um trabalho, rapidamente se acha outro. Claro que estou a referir-me a cargos pouco técnicos...mas é um povo muito difícil para trabalhar. Não têm método de trabalho, arrogantes, preguiçosos, e difíceis de acatar ordens ou directrizes de trabalho...parece mesmo que estão constantemente a boicotar o trabalho uns dos outros. Todos os dias têm de ouvir o que há para fazer, e tentam sempre dar a volta com esquemas pouco limpos, fazendo com que o objectivo final não seja totalmente cumprido...que é o trabalho feito em condições...não é pedir muito!!!
No comércio já estou super atenta aos trocos e preços. Quase diariamente temos o azar de encontrar alguém muito distraído que ou não dá troco, ou o dá indevidamente....e de seguida fazem aquele ar de distraídos que depois da terceira vez deixa de fazer sentido!!! 
Não sei se a pergunta faz algum sentido....mas serei eu que estou a ver mal de como se deve trabalhar?? 


terça-feira, 22 de abril de 2014

Filha da Liberdade....


Acho que esta frase explica muito do que se passa no nosso país. Estamos perto das comemorações do 25 de Abril de 1974, e aparecem desde há uns anos para cá várias "frentes" com palavras de guerra uns contra os outros. Uns porque lutaram pelo país (estavam a servir o país em 1974) e outros porque estão a tentar desenterrá-lo das más gestões que entretanto tivemos entre 1974 e os dias de hoje. Cada um tem a sua verdade, mas será que tentam compreender a verdade do seu designado "opositor"?! Acho que mais do que nunca, devíamos estar todos unidos e não de costas voltadas. Se houve um grupo de homens que deram a cara por uma revolução da conquista da liberdade, ainda bem para eles, e para todos aqueles que por cá andam. Mas ter liberdade não é só falar tudo o que se quer...há que preservar valores e ter respeito por toda a gente.
Com a minha liberdade digo que anda por aí muito boa gente à procura de protagonismo nas causas erradas. O 25 de Abril de 1974 foi há 40 anos. Trouxe-nos coisas boas e agora há que trabalhar com essas ferramentas. Foi feito muito disparate em 40 anos, e estamos agora a pagar por eles, por isso deveria ser criado um movimento no dia 25 de Abril de 2014, que garantisse que com a união de todos, iria-mos criar um Portugal melhor. Claro que tudo isto que acabei de dizer é utópico...mas será que não estamos rodeados de partidos políticos de utopia? É fácil contrariar as acções deste governo....mas e a bela da solução?! Onde está? Não nos podemos esquecer que o país está a passar uma fase de recuperação financeira sob a batuta da amiga Troika....sim...não é a amiga "Olga" que dava dinheiro...ou a chave...ou o que fosse!! A Troika não dá nada a ninguém, por isso enquanto for ela a "bancar", dita ela as regras. Já o meu pai dizia: "Enquanto morares cá em casa, e for eu a pagar as contas, eu é que mando!!" Acredito que tenhamos sido todos criados mais ou menos dentro destes moldes...porque é que agora custa tanto a perceber quem é que tem a batuta na mão?
Somos um país de "direcções" bem vincadas, salvo algumas excepções...se somos de esquerda nunca podemos aceitar as ideias de direita, e vice versa...o que na minha humilde opinião é errado!!! Caímos no ridículo de repudiar e não aceitar qualquer ideia que venha duma frente que não é a nossa. Se temos liberdade, temos de olhar para o que nos rodeia não só com espírito critico, mas também com espírito criativo e inovador.
Vamos tentar compreender as verdades de cada um e com elas trabalhar num futuro melhor...


quarta-feira, 16 de abril de 2014

A crise dos 40 não tem ternura...




Gosto de ler e ver por tudo quanto é notícias, a falar do desemprego dos jovens, e daqueles que estão no limiar da idade da reforma...então e os outros??? Estão todos bem na vida?! Não me parece...
Eu faço parte desse intervalo. Não sou recém licenciada, nem estou à beira da reforma. Pertenço à tão famosa classe dos "150 contos"...lembram-se?! Estou a falar de pessoas com idades compreendidas entre os 35 e os 45 anos...que quando acabaram a universidade conseguir um emprego a ganhar "150 contos" era muito bom. O que é certo é que esses "150 contos" foram transformados em 700€ ou 800€. Essas pessoas não podem sequer pensar na reforma...mas o que ganham, quando não estão desempregados, dificilmente conseguem ter vidas fartas e desafogadas! É uma vida inteira a fazer contas porque as oportunidades nem sempre batem à porta dos mais competentes. 
Mas voltando ao assunto inicial....dizem as notícias..."coitados dos nossos jovens que acabam os cursos e não têm trabalho e têm de ficar em casa dos pais" Então e os jovens de 40 anos que moram com os pais, juntamente com os cônjuges e filhos...desses pouco falam...só vêm a público os que recebem o rendimento mínimo...porque os outros nem sequer querem protagonismo...só querem melhores condições!!
E no caso da emigração? É sempre injusto quando a pessoa tem de abandonar o seu país porque não existem outras soluções. Mas tenho a sensação que para os recém licenciados será uma mais valia...ainda não têm famílias criadas, e vão enriquecer os currículos. Os mais novos queixam-se por terem de ir trabalhar para fora, mas adoram ir para aqueles planos do Erasmus, à busca de novas experiências.  Agora para as outras classes é mais problemático. Casais com filhos pequenos têm de se separar porque nem sempre dá para ir a família toda...e os mais velhos...muito corajosos...habituados a nunca baixar os braços, agarram as oportunidades que vão aparecendo....
A vida está difícil para todos...mas uma coisa é certa...com esforço e sacrifício chegamos lá...como sempre!!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O dia a dia em Marrocos....

Apesar da proximidade com Portugal , conseguimos ver diferenças significativas na maneira de estar dos Marroquinos em relação a nós.
Tenho a sensação que ao entrar no avião, passado 1 hora entro novamente na década de 70/80. Uma autêntica viagem no tempo. É claro que me refiro a Casablanca, porque tirando esta cidade, apenas fui de passagem a Tânger que não deu para tirar grandes conclusões. São um povo completamente diferente, com costumes muito próprios onde a religião muçulmana domina quase a 100%. Quando sinto que viajei no tempo, refiro-me principalmente à maneira de estar no dia a dia...a maneira de andar nas estradas...o estado das ruas...e até a correria constante aos shoppings mesmo que na rua esteja um lindo dia de sol. As ruas são sujas e as estradas um autêntico caos. Uma estrada com 2 vias é transformada numa estrada com 3 ou 4 vias...é sempre a andar...sempre a buzinar!!! Os carros são velhos, claro que há excepções, mas na sua maioria já têm alguns anos. 
O que mais me impressiona são os shoppings. Não há muitos, mas os que existem têm de tudo o que se pode ter na Europa. Estão sempre cheios...e por mais incrível que pareça...sempre a comprar. Como é que num país onde o ordenado mínimo ronda os 200€, conseguem fazer compras em shoppings que têm lojas tipo Prada...Yves Saint Laurent...e outras do género?! Há uma economia estranha...ganha-se pouco...mas têm poder de compra!! 
Quanto à religião, ao inicio parece estranho ir-mos na rua e vermos alguém em cima do tapete a rezar. Mas como tudo, acabamos por achar normal e até acaba por ter uma certa piada. Existem mesquitas de poucos em poucos Kms de distância umas das outras...e se pensamos ir ao supermercado comprar um vinho para acompanhar o jantar é melhor mudarmos de ideias. Bebidas alcoólicas são impossíveis de arranjar se estivermos perto das mesquitas, é completamente proibido!
Uma questão engraçada, é que eu esperava ver camelos por todo o lado...mas até agora...nada de camelos!! As praias são enormes, apesar de não se ver ninguém por lá a tomar banhos de sol ou de mar, mas vê-se imensas pessoas a jogar à bola, a passear (vestidas) ou a andar de cavalo!! Não há camelos...mas cavalos vê-se uns quantos...
Em relação às famosas Burcas, vê-se um pouco de tudo. Há quem não use nada...há quem use apenas o lenço na cabeça...e há uma mínima parte que andam todas tapadas.




Uma das coisas típicas que quero falar é acerca do famoso prato marroquino (Tagine) que ainda não experimentei...mas fica desde já prometido num próximo testemunho...


حتى في المرة القادمة


terça-feira, 8 de abril de 2014

A minha "pequena" visão de casablanca


Vou passar em fotografias a minha visão sobre Casablanca. Não andei à descoberta pelas ruas, porque é uma cidade que "ainda" não me sinto totalmente segura. Do pouco que consegui ver, seleccionei para já dois locais que gostei muito de visitar, e que aconselho a quem por cá passar!

Mesquita Hassan II:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesquita_Hassan_II




















E o famoso e emblemático Rick`s Café baseado no filme Casablanca
http://www.rickscafe.ma/












quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Serviço Nacional de Saúde em Portugal




ATENÇÃO.....O QUE VOU ESCREVER É A MINHA OPINIÃO....

Todos os dias ouvimos criticas severas ao "nosso" Serviço Nacional de Saúde, as quais acho exageradas e algumas mesmo descabidas!!
Todos nós já tivemos problemas quando nos dirigimos ao "nosso" centro de saúde, ou ao Hospital da "nossa" zona. Infelizmente não há mundos perfeitos...e quem é que não teve já problemas na segurança social, nas finanças, na escola e até mesmo no supermercado???!! Eu sou seguida há uns anos no Hospital de Cascais, umas vezes melhor, outras vezes pior, mas o mais importante é que sou atendida e tenho à minha disposição tudo o que necessito...a nível pessoal não me posso queixar...mas a nível familiar tenho algumas queixas do passado que não acabaram da melhor maneira...mas será que o desfecho iria ser diferente??!! Eu compreendo que as pessoas fiquem chateadas quando por vezes se dão conta que os meios necessários não estão disponíveis...mas como seria os serviços de saúde há 40 anos atrás?? Não acredito que fossem melhores...por isso acabamos por nos queixar de barriga cheia!!!
Acredito piamente que alguns dos problemas que existem, se devem ao facto (mais uma vez) de ter havido muitos abusos no passado...todos nós temos ouvido as histórias dos médicos que trabalham no privado nas horas pagas pelo Estado...da escassez de alguns produtos essenciais (luvas, seringas,..)...das burlas nas receitas...É claro que acaba por "pegar o justo pelo pegador" mas estes abusos têm de acabar...
Podemos ficar muito felizes por dizer-mos o "NOSSO" Serviço Nacional de Saúde, o "NOSSO" Hospital, o "NOSSO" Estado....mas há que entender que se não preservarmos o que temos, a história não terá um final Feliz!! 

Deixo uma boa notícia:

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=102637

Viagens para Todos

Dicas para planear uma viagem de família

As viagens em família podem ser uma experiência maravilhosa, mas também podem ser um desafio . É importante considerar as necessidades e in...