segunda-feira, 26 de junho de 2017

Pedrogão Grande

Agora que está o fogo apagado e as pessoas tentam voltar às suas rotinas, já posso falar das minhas memórias de Pedrogão.
Demorávamos umas belas horas a lá chegar. Tinha por lá um par de tias, um tio e um primo. Lembro-me das ruas de pedra e de todos irem à missa. Tinha uma certa dificuldade em saber se aqueles familiares eram da parte do avô ou da avó. Ouvi uma das tias dizer que era irmã do avô, mas depois tratava a minha avó por mana!!!
Estava quase sempre a chover e as pedras da calçada eram escorregadias. 
Sempre que lá íamos havia um grande almoço, já não me lembro o que comíamos, só que uma das tias corria freneticamente para estar tudo pronto às horas certas. A outra tia, mais pequena de estatura era mais parada, e vivia sozinha. Diziam que tinha tido um filho e um marido, mas nunca os conheci. O Tio e o primo conviviam contentes à mesa connosco naqueles dias em que os visitávamos. 
Lembro-me de um dia em que me vestiram um fato de anjo e me puseram num desfile na rua. Eu deixei, mas nunca percebi bem porque o fizeram. Na minha terra havia festas e eu nunca quis participar, imaginem a minha cara de contentamento por aqueles ruas empedradas de Pedrogão. Eu gostava de lá ir e ainda me lembro da casa da Tia Marquitas onde tudo parecia intocável. 
Hoje, já não temos as tias, mas os tios continuam na mesma casa. A tragédia não chegou à casa deles, mas chegou-lhes às terras e ao coração. Um abraço a eles...e a todos os que de alguma maneira sofreram com este trágico incêndio.


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Langkawi

Langkawi...Já foi há muito tempo que lá estivemos.

Nunca escrevi nada acerca deste local. Não sei porquê!!!
Foi a minha primeira paragem por Kuala Lumpur, e a primeira vez que subi a um arranha céus com as borboletas do estômago todas mal dispostas.
Gostei muito desta viagem...aliás...decidimos nunca mais parar de conhecer a Ásia até termos tudo visto. Acredito que nunca iremos conseguir ver tudo...e assim, temos sempre desculpa para voltar milhentas vezes.
Já tínhamos ido a Bali com uma pequena paragem por Singapura. Perguntaram-nos um dia: Já conhecem Kuala Lumpur? Hummmm...a ideia ficou a martelar nos nossos neurónios viajantes.
Neste nosso primeiro contacto com Kuala Lumpur fomos às principais torres (Petronas e Menara), shoppings, China Town, Little India...e o resto serviu de desculpa para regressar mais tarde. (disponível noutros posts)
Seguimos para Langkawi. Gostamos de fazer as cidades primeiro para depois relaxarmos na praia das grandes caminhadas sobre alcatrão.
Decidimos alugar um carro, um Proton, marca da Malásia, uma verdadeira máquina. Foi uma aventura andar a conduzir do lado contrário ao nosso. Em Langkawi conduz-se à inglesa. Como o trânsito não era muito, decidimos arriscar. Nos cruzamentos todas as cabeças dentro da viatura tinham que pensar para onde tínhamos que virar...não tivemos nenhum acidente e foi tranquilo com muitas gargalhadas pelo meio.
Conseguimos visitar a ilha toda. No norte ficam situados os resorts mais caros onde geralmente os alojamentos são em regime de TI. As praias são mais limpas uma vez que acabam por ser praticamente exclusivas dos hotéis. A capital é Kuah, e é onde se vê mais movimento de pessoas, até porque é onde se situa o porto para entrar e sair da ilha de barco. Na capital também é o local ideal para fazer algumas compras. É uma zona de Duty Free e acaba por se encontrar algo que valha a pena. A grande e emblemática estátua da águia é um local obrigatório para tirar uma bela chapa...é como ir a Roma e não ver o papa.



Nós ficámos num hotel em Pantai Cenag. Mais movimentado mas nada de exagero. Gostámos muito da variedade de restaurantes que tínhamos à nossa disposição...um melhor que o outro. De todos os locais onde estivemos, foi onde comemos melhor, e onde os restaurantes eram muito bonitos e a preços muito acessíveis. Ainda em Pantai Cenang foi onde encontrámos uma loja onde fizemos a maior parte das nossas compras: Cafés e Chocolates. Tudo da Malásia. Até me está a crescer água na boca só de pensar nos inúmeros sabores de cafés e chocolates que eles tinham. A melhor parte é  que podíamos provar de tudo. Ahhh....também tinham chás, mas não me cativaram tanto!!!
O pôr do sol e a área envolvente ao hotel era simplesmente linda....verde...verde...verde...é a palavra que nos vem à mente quando pensamos neste destino...com a azul do mar ao fundo.





De um lado mar...e do outro montanhas




O pôr do sol fantástico



Um dos restaurantes


Havia pequenas ilhas à volta da Ilha de Langkawi. Dava para fazer passeios de Jet Sky e Parasailing sobre elas. Eram umas das atracções principais para quem ia passar o dia na praia.

Fizemos muitos passeios pelas estradas até encontrarmos verdadeiros tesouros da natureza. A nível de quedas de água, ficámos apaixonados. Choveu bastante nestas férias, mas nada que conseguisse atrapalhar as nossas aventuras. Só tínhamos que ter cuidado com os macacos que às vezes se atravessavam na estrada. Além dos trilhos que nos levavam às cascatas, conseguimos achar museus e réplicas de como vivia a família real.
Um dos principais locais a não perder é sem dúvida o teleférico e a Sky Bridge. Lá iam ficar as minhas borboletas todas de estômago revirado. Foi tão intenso que quis desistir a meio caminho, mas não era possível, teria mesmo que ir até ao fim. Existe uma paragem a meio caminho do teleférico para ver as vistas...mas ainda faltava passar de uma montanha para outra...ai...ai...e eu nem conseguia ver o chão. Foi uma tortura, mas hoje não me arrependo, e o mais certo se lá voltasse era ir outra vez!!! Uma vez lá em cima, mais uns trilhos para chegar à Sky Bridge. Aqui, assumo, só pisei o inicio da ponte e deixei o resto para os mais corajosos. O meu medo das alturas não me deixou avançar. 



A paragem no meio do percurso


A minha cara de apavorada....


A última passagem duma montanha para a outra a caminho da Skybridge


Apesar do medo, a vista é de cortar a respiração

Uma vez cá em baixo, existem muitos restaurantes e lojas de produtos locais. Almoçamos por lá, mais umas compras de souvenirs e o melhor foi o contacto com os animais.



Fizemos outro passeio à famosa ilha da Pregnant maiden. Não deixem de lá ir e ouvirem vocês mesmos a lenda. Dá para tomar banho num lago enorme, fazer Fish feedind com uns peixes enormes que mais parecia que nos iam engolir um pé, e apreciar a paisagem. Cuidado com os macacos, são uns destemidos e podem mesmo ser perigosos. No caminho podemos apreciar outras ilhas com formatos fáceis de identificar, como exemplo a cabeça de Índio e o Crocodilo.






O Kilim Geoforest Park é outro local obrigatório visitar. Eu, com muita pena minha, fiquei no hotel com varicela....quem é que vai para a Malásia ter Varicela??!! Isso mesmo...euzinha da silva...mas o maridão tirou fotos e contou tudo..tudo..
No fundo é um passeio de barco pelo rio onde se pode ver bem de perto a fauna e flora presente na ilha. Muitos morcegos e muita macacada faziam parte do trajecto.


As minhas testemunhas do que eu não pude ir ver pessoalmente


No fundo Langkawi, na minha modesta opinião, é uma ilha para ir à descoberta. Os turistas são essencialmente muçulmanos, mas isso não nos inviabiliza de fazer nada do que queremos. A única diferença é que vão ver pessoas vestidas na praia e piscina. No nosso hotel havia uma piscina só para mulheres, foi a primeira vez que vimos. Deixo-vos mais algumas fotos que confirmam a beleza da ilha.















quarta-feira, 31 de maio de 2017

O bando...

Os homens mais velhos da minha família sempre tiveram um papel importante.
Tenho tios para todos os gostos. Tenho o Tio Zé das Molas,o Tio Augusto que era tio 2 vezes, o Tio Fernando dos óculos e o tio a quem chamava pulha e ele a mim de regateira!!
Tenho memórias de todos sentados à mesa acompanhados do tinto e dum baralho de cartas.
Do outro lado da mesa, estavam as respectivas com uma caneca de café na mão, e sempre com conversa para pôr em dia. Falava-se alto, os primos dividiam-se entre conversas dos mais crescidos sempre com os mais pequenos em cima do acontecimento. Contava-se as mesmas histórias infinitas vezes, mas havia sempre alguém que se lembrava dum aspecto novo. As doenças da Tia Maria.
A Tia Maria não tinha marido, desse lado não tinha tio. Foi um caso bicudo que me custou a perceber durante alguns anos. Mais tarde lá percebi que tinha havido um casamento forçado de uma das tias (que chegou ao fim)...e até cheguei a conhecer o (ex) Tio que andava sempre de bicicleta.
A avó comandava aquele bando todo, mesmo sem o saber.
É bom pertencer a este bando...aprendi a ser o que sou hoje!!



terça-feira, 30 de maio de 2017

Um dia ainda vou ter saudades disto ...

Um dia ainda vou ter saudades disto ...
Uma das coisas que fui aprendendo é que o passado deve ser olhado com saudade da boa. Quando falo em saudade da boa, é daquela em que não ando sempre desesperada a olhar para o que vivi e que agora não tenho. É um olhar de saudade das coisas que tive o imenso prazer de viver, por isso deixaram saudade. 
Mesmo o que consideramos de maus momentos, mais tarde vão ter aspectos positivos, e lá volta a Saudade.  Já pensaram se não tivéssemos esta palavra no nosso vocabulário como é que nós íamos explicar este sentimento?
É tão bom ter saudade...é sinal que estamos vivos e sempre prontos para fabricar novas memórias para deixarem mais saudade.



segunda-feira, 29 de maio de 2017

Kota Kinabalu


E depois de Singapura e Kuala Lumpur eis que chega o dia de ir para Kota Kinabalu. 
Kota Kinabalu é a capital de Sabah na Malásia. A cidade está localizada na costa nordeste do Bornéu.
Tem cerca de 452.058 habitantes.
Foi uma cidade arrasada durante a segunda guerra e pouco ficou de outros tempos...o que é uma pena. Para percebermos um pouco da sua história recorremos a museus e a uma recriação de como as tribos viveram em tempos mais remotos. A história em si é bastante interessante, mas à cidade falta-lhe a magia de outros tempos. Apesar de ser considerada a 2ª cidade da Malásia, ficou aquém das nossas expectativas. As praias e as paisagens em si valeram pela pobreza do resto. As pessoas são acolhedoras e simpáticas. Já de algum tempo para cá que aquela zona do Bornéu é atacada e infernizada pelos "piratas" vindos das Filipinas. Segundo os locais foram indivíduos que foram expulsos das Filipinas, mas que também não podem entrar na Malásia, acabando assim por importunar os mares que rodeiam aquelas belas ilhas. Como se vê poucos Europeus, chegam mesmo a pedir para tirar fotos connosco. E, claro, conhecem muito bem o Cristiano Ronaldo e não só...Figo e Rui Costa estão ainda nas memórias de muitos que por ali moram. Quando nos viam diziam logo "Welcome to Sabah"

O hotel que escolhemos era um pouco longe da cidade, ficando +/- a 30 minutos da cidade. O problema era que o trânsito era completamente caótico e demorávamos sempre muito tempo para chegar a qualquer lado. Os táxis são um autêntico roubo, mas felizmente a UBER funciona que é uma maravilha!!!


A praia do hotel que escolhemos


A praia era toda nossa...e das alforrecas...heheheh


O pôr do sol era simplesmente fantástico 


Vista do hotel


Águas transparentes



O que visitar em Kota Kinabalu?

Existem ilhas à volta onde se pode passar o dia, ou mesmo até fazer um tour por várias no mesmo dia. Nós tivemos azar com a altura que fomos de férias, era a altura das alforrecas. Tínhamos ideia que alforrecas significavam sempre poluição, mas foi-nos explicado que neste caso não era o que acontecia. Era simplesmente a época dos peixes grandes e as alforrecas vinham para junto da costa para se defenderem. Garanto que a água era completamente transparente e super hiper quentinha...Como estamos a viver num local de águas quentes e clima tropical, não nos apeteceu andar a passear nas ilhas sem poder dar uns valentes mergulhos. A ilha de Gaya aconselharam-nos a não ir por causa dos piratas!!

A maior parte da população é muçulmana e têm uma mega mesquita na cidade. Por fora a mesquita até é bonita, mas por dentro fica aquém do que esperávamos. No fim de ter visitado a mesquita Hassam II em Casablanca, achei esta muito pobre, mas não deixa de ter a sua magia. Aqui, para podermos entrar tínhamos que vestir os fatos deles...e posso dizer que foi divertido, principalmente para a Leonor que adora vestir coisas diferentes. 


A mesquita vista por fora e vestidos a preceito 



Interior da mesquita



Versão moderna ;)



Estava um calor "de morte" e mesmo ao lado da mesquita há uma grande variedade de restaurantes com comida tradicional


Estes, que não sei o nome, eram super deliciosos. Há de vários sabores, este era de manteiga de amendoim.....até me estou a babar só de pensar!!!

Fomos também visitar uma aldeia temática, e posso dizer que foi o ponto alto das férias em Kota Kinabalu. Está muito bem retratado como as tribos viviam em tempos remotos: desde o tipo de casa que habitavam consoante o número de membros da família; a comida que comiam; o que caçavam; o que eram as tarefas de cada um na família,...., muito bom mesmo. Se forem a Kota Kinabalu não deixem de visitar a Mari Mari cultural Village. Foi muito difícil fazer uma selecção das fotos, peço desculpa se são demais ;)

























































Não vos conto a história de Mari Mari, têm de lá ir para não perder a magia!!

Fomos ainda ao museu, à casa invertida e ao zoo. Deixo mais algumas fotos do que foi mais marcante para nós. Na própria cidade também aconselhamos a visitar o mercado Filipino. Há de tudo um pouco e é óptimo para comprar souvenirs. O Monte de Sabah também é um dos pontos altos para visitar. Nós não fomos por ser uma viagem longa de carro para lá chegar, mas quem goste de escalar tem essa possibilidade.











Junto com a casa invertida tinha um museu com imagens e objectos em 3D...engraçado para tirar umas fotos diferentes. Dentro da casa, as divisões também estão todas invertidas, mas não se pode tirar fotografias.
















Juntamente com o Zoo temos acesso directo ao jardim botânico. Lá andámos nós por trilhos...e escadinhas...e pontes para descobrir a linda fauna que por ali existe. Do Zoo, não é muito grande mas as espécies estão bem representadas, principalmente as que são de origem daquela zona.












A ida ao museu completou sem dúvida o nosso conhecimento acerca da cidade. É pena realmente ter sido tudo destruído, porque caso contrário a cidade iria ser muito mais interessante. 
Apesar da lacuna física em termos de história, os finais de dia foram mágicos e compensaram os poucos aspectos menos positivos. 















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